A produção de eletroeletrônicos durante todo o ano de 2021 foi interrompida por causa da escassez de matéria-prima, em outras palavras, os Semicondutores.
O mercado está passando por um momento delicado, onde diversas fábricas de vários segmentos, desde notebooks e celulares até automóveis e equipamentos hospitalares, foram obrigados a aumentar os prazos de entrega de seus produtos ou até mesmo paralisar totalmente as atividades por algum tempo. A carência de produtos começou a ser notada em outubro de 2020 e é importante lembrar que esses itens são vendidos em dólar, ou seja, os países com uma moeda desvalorizada saem perdendo ainda mais, já que o preço acaba dobrando.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, até grandes empresas como a Apple estão passando por grandes desafios de fornecimento e segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), cerca de 12% dos fabricantes do setor já precisaram parar parte de suas produções e 32% relataram atrasos na produção e na entrega.
A falta de semicondutores para fazer eletroeletrônicos é um assunto de extrema importância, já que este problema chegou em um momento particularmente delicado, pois além de criar equipamentos eletrônicos de consumo, essas peças também são fundamentais para a fabricação de respiradores, item que se tem usado muito e constantemente desde o começo da pandemia do Covid-19, e outros instrumentos hospitalares de alta necessidade de suporte a vida.
O problema no dia a dia
Além de não ter tantas opções para a compra, alguns componentes que custavam 1 dólar, hoje já chegam a custar 5 dólares, e há casos onde o aumento se tornou ainda maior, e nem assim, consegue-se obter o material em prazos menores que 24-30 semanas. Além do aumento do preço, e prazos de entrega, há outro fator que está fazendo os preços aumentarem no Brasil e no mundo: Os custos de frete e logística internacionais.
Agora sem um número grande de voos disponíveis, pela impossibilidade de viagens de passageiros e o aumento mundial do preço de combustíveis, um espaço de carga em uma aeronave chegou praticamente a triplicar de valor, contribuindo ainda mais para os aumentos de preços do produto final em todo planeta, nas mais diversas categorias de produtos, inclusive Eletrônicos.
A maioria das empresas que produzem esses materiais são asiáticas, e quase na totalidade, chinesas. A Maior do mundo, está em Taiwan, chama-se TSMC e possui 100% de sua capacidade já tomada até 2023.
Mas como isso aconteceu?
O aumento exponencial de consumo de componentes eletrônicos em diversos setores estratégicos ao mesmo tempo, algo que pode ser explicado pela pandemia, que acelerou a adoção de muitas tecnologias que não tinham previsão de estourar em vendas, exemplo: o seu Home Office, em muitos casos, demandou uma melhor conexão de Internet, um Notebook melhor, um celular 5G ao mesmo tempo em muitos países.....
Mas além disso tudo, temos hoje carros autônomos e elétricos, drones, a tecnologia 5G sendo adotada, a conectividade chegando em diversos equipamentos através do IoT (Internet das Coisas), a Iluminação de LED e produtos de menor consumo de energia, usinas Eólicas e Solares (elas também utilizam os componentes), enfim uma quantidade enorme de novas tecnologias sendo adotadas todas de uma só vez, enquanto no passado, isso não aconteceu nessa escala, mas aconteceu em proporções menores, causando falta temporária de componentes e aumentos menos agressivos de preços.
A boa notícia é que ainda no governo Donald Trump os EUA iniciaram forte investimento para que essa hegemonia asiática, principalmente chinesa na produção de wafers (como chamamos a matéria prima dos semicondutores), fosse reduzida, ou melhor, fosse dividida, ficando menos dependentes de uma única região, e principalmente, conseguindo dar conta da demanda mundial de semicondutores, que tende a aumentar novamente com outras novidades chegando, como o Metaverso, a Inteligência Artificial e a Corrida Espacial sendo retomada, e estas fábricas terão na maioria dos investimentos, unidades fabris em território Norte Americano, inclusive com tecnologia superior à existente na Ásia. Já aqui no Brasil, quem está produzindo esses materiais é o Rio Grande do Sul, com seus wafers de 350nm e foco em nichos de mercado bem específicos, como o “Brinco do Boi” e módulos de Memória.
O que está faltando no setor de eletroeletrônicos?
Como está faltando todo tipo de componente eletrônico no mercado, e isso ocorre pela falta dos componentes:
Capacitores Cerâmicos
Capacitores de Tântalo
Circuitos Integrados Analógicos e Digitais
Microcontroladores e Micro Processadores
Essas faltas dos componentes, causam a falta de muitos produtos no mercado, entre eles:
Iluminação com LED - lâmpadas, luminárias, etc)
Produtos de Informática - Notebook, Desktops, Tablets, acessórios
Produtos para sua casa - TVs, Audio, Eletrodomésticos, etc.
Equipamentos Hospitalares - Respiradores, entre tantos outros
Equipamentos Odontológicos
Celulares
Automóveis e Motos
Dispositivos de automação -Industrial, Bancária, Comercial e Residencial
Alguns especialistas preveem uma melhora no setor apenas em 2023 e outros dizem que este é o momento certo para focar em projetos alternativos e evitar perdas.
Conclusão
Com o novo mundo dos negócios, o consumo de aparelhos eletrônicos durante a pandemia, que teve início em 2020, aumentou significativamente, e o setor de componentes eletrônicos não conseguiu suprir essa grande demanda.
Mas o problema tem solução e medidas de contorno, mas as ações precisam ser tomadas imediatamente, com a compra de materiais com bastante antecedência, eventual aumento do estoque de matéria prima, e principalmente a percepção que o cenário nunca mais será o de antes de tudo isso ter acontecido. Quanto antes todos se derem conta disso, mais rápida será a retomada de negócios, pois a nova realidade veio pra ficar, e nem tudo será resolvido até 2023, afinal novas tecnologias vão surgir e novas demandas serão necessárias, por isso, garanta seu suprimento e você sempre estará na frente.
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